segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quando o amor se vai


Quando o amor se vai, deixando sonhos por realizar, deixando outro que chora para trás. 
Quando o amor se vai, e não há como explicar, e numa ansiedade louca, sufoca quem não esperava o fim do amor.
Quem fica e ainda ama, não entende a partida do amor, pensa que algo não se encaixa, não percebe que o amor já estava partindo há tempo.
Partindo devagarinho, em pequenos deslizes, em pouca atenção, já sem cumplicidade, sem mais a afinação dos sentimentos, sem mais a sintonia de quem faz parte dos sonhos do outro. Sonhos que um dia foram em comum.
Quem fica, quer uma explicação que satisfaça a partida do amor, quer algo que concretize e leve a sua dor.
Quem fica, quer sentir ódio, quer sentir desprezo, quer sentir talvez indiferença com a partida do amor.
Quem fica quer pedir não vá, quer pedir fica, quer dizer estou aqui.
É doída a partida do amor, mesmo quando  a partida não é concretizada, não é declarada, ainda é somente ausência presente, ainda é somente a sensação de estar só, mesmo quando o outro ainda está presente.
E quando a partida é do seu amor dentro do seu coração? E você vê que já não ama mais como antes,  como uma flor murchando dia após dia, e dá uma vontade louca de resgatar novamente a alegria do primeiro encontro, de trazer novamente a paixão inicial. Mas a vontade de ir embora é maior.
A vontade de buscar novos sonhos, avistar novos horizontes, encontrar quem sabe um novo amor.
E a culpa que há envolta a esses sentimentos loucos, você segura, retarda a partida, mas não é feliz.
E por não sentir-se feliz, também não faz feliz.
E aquele amor que um dia uniu, um dia fez com que olhassem um para o outro, e quisessem seguir a mesma direção para onde foi?
Ah, seria bom se quando o amor se fosse, fosse de mãos dadas das duas partes, deixando um aperto de mão e uma palavra: siga! De mãos dadas no coração, mas soltos sem culpas. Deixando a leveza de que já é hora de partir, cada um para o seu lado, e, seguindo a vida, como quem diz... a vida continua.
E você, foi muito importante pra mim, e, sempre vai estar em minhas lembranças... porque momentos felizes existiram, e não há como não reconhecê-los nesta saibrosa escalada da vida.
E cada um, com o coração livre, deixar partir, deixar que o amor siga seu rumo, como um rio que procura o mar em seu curso natural, deixando a tranquilidade de que não há nada errado nisso.

4 comentários:

  1. O fim do amor provoca dor nos dois lados, quando há respeito pelo que já foi partilhado. Não o desejamos, mas, diante da impotência em mantê-lo, só nos resta abrir as portas da gaiola. Bjs.

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  2. Há que respeitar e assumir o que foi e já não é... permitindo que os dois lados partam em busca da felicidade.

    Gosto de a ler.
    abraço
    cvb

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  3. Para ter essa compreensão madura é necessário bastante bagagem neste tipo de relação. Parabéns poetisa, bjos.

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  4. Esse deixar partir, com um sorriso, é difícil para quem ainda ama. A mesma dificuldade encontramos quando somos nós que desejamos seguir caminho diverso. Há dor dos dois lados, porque as lembranças ficam e insistem em nos fazer, vez ou outra, voltar ao passado. Bjs.

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